A rigor, não se pode falar da existência de uma arquitetura essencialmente gótica no Brasil. À época dos descobrimentos, o estilo arquitetônico iniciado na França com o declínio do sistema feudal, e que dominou especialmente as construções dos templos religiosos a partir do século XII, já havia sido substituído pelo renascentista. No entanto, no século XIX, algumas construções brasileiras foram erguidas em estilo “neo-gótico”, congregando algumas características do gótico medieval em contraste com os estilos clássicos dominantes na época. Entre os exemplares desse estilo arquitetônico no Brasil, destacam-se a catedral de Petrópolis e a catedral da Sé, em São Paulo, e edifícios como o Palácio da Ilha Fiscal e o Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.
Catedral de São Pedro de Alcântara, Petrópolis
A substituição da modesta igreja matriz de Petrópolis estava prevista no plano de urbanização da cidade desde 1843, mas sua construção só se deu efetivamente a partir de 1884. Inspirada nas antigas catedrais francesas, a igreja em estilo neo-gótico foi inaugurada em 1925. Em 1939, o presidente Getúlio Vargas inaugurou o Mausoléu Imperial dentro do templo, e os restos mortais de D. Pedro II e D. Teresa Cristina, banidos para Portugal, foram trazidos de volta ao Brasil, onde permanecem até hoje, junto aos corpos da Princesa Isabel e de seu marido, o Conde D’Eu. A catedral de Petrópolis possui três naves, bem como a catedral do Mar, em Barcelona, e cada uma mede 19 metros de altura.
Catedral da Sé, São Paulo
Templo neo-gótico tardio, a catedral da Sé, em São Paulo, é a maior igreja de São Paulo, com capacidade para abrigar 8 mil pessoas. Sua construção começou em 1913 e sua inauguração se deu quatro décadas depois, em 1954, em meio às comemorações pelo centenário da cidade. A catedral da Sé possui 111 metros de comprimento, 46 de largura, duas torres com 92 metros de altura e uma cúpula magistral de 30 metros. No seu acabamento foram usadas 800 toneladas de mármores raros. A igreja possui também o maior órgão em funcionamento da América Latina, construído pela empresa italiana Balbiani & Bossi.
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